Artistas do 69º Salão de Abril

No 69º Salão de Abril, foram submetidas 482 obras à curadoria, sendo selecionados 43 artistas, que ficarão com as obras expostas na Casa do Barão de Camocim, até 26 de junho deste ano. A equipe de curadoria, composta por Paulo Klein, Carlos Macêdo, Paloma Santa Rosa e Paulo Amoreira, selecionou ainda quatro obras de artistas convidados de outros estados, são eles: Alexandre de A. Mourão, Bruno Duque, Rodrigo Martins de Almeida e Thiago Sguoti da Costa.

 


 

ALEXANDRE DE A. MOURÃO
Gravura e Pintura
Debret Revolucionário I
1837 (gravura) – 2018 (aquarela)

A obra pretende ressignificar uma questão indígena a partir do díptico de uma gravura original composta por Jean Debret e gravada por Montaut, de 1837, e uma aquarela, de 2018, inspirada numa foto de Sérgio Lima durante um protesto de índios em Brasília, ocorrido em 2014.

 


 

ALINE FURTADO
Instalação
Como ocupar um lugar branco ou canto para ouvidos estéreis
2018

Põe sob as palhas de Omolu imagens/símbolos/memórias das feridas coloniais assenta ponto de cura em espaço de violência grito-rito.

 


 

ARTUR BOMBONATO
Pintura
Conversa de paisagem
Óleo sobre tela
80x120cm
2018

Pintura de paisagem urbana, onde estão presentes vários elementos do panorama atual das grandes cidades, inclusive uma paradoxal ausência. Diferente da paisagem tradicional, a urbana é de embate com a visão e seus fragmentos evocam inúmeras contradições no nosso modo de se organizar hoje em dia.

 


 

BOSCO LISBOA
Escultura/Cerâmica
S/ título
Altura 1,70 m; largura 40 cm;
profundidade 42 cm
2018

No Brasil 594 CADEIRAS do Congresso Nacional responsáveis por 2,5 milhões de jovens que não ocupam CADEIRA na escola e 12,7 milhões de brasileiros não ocupam uma CADEIRA no mercado de trabalho.

 


 

BRUNO DUQUE
Pintura
Ebó para Exu Mukuenda e Pomba Gira Egunitá
2018

Ebós são arranjos de objetos que, como oferendas, fazem intermédio entre o terreno e o espiritual-superior. Dentre os elementos do ebó podem estar bebidas alcoólicas, cigarros, frutas, farofas, mel, azeites, copos, animais sacrificados, entre outros. Porém são suas configurações que tornam os ebós reconhecíveis para os adeptos e não-adeptos das religiões de matrizes africanas.

 


 

CARDOSO JÚNIOR
Pintura
Traição da carne
Acrílica s/ tela
27 x 30,5 cm
2018

A “TRAIÇÃO DA CARNE” trata da repressão ao corpo feminino, da condenação da mulher que busca exercer sua sexualidade de forma livre por uma sociedade que se estrutura em chave dupla, a da estimulação exacerbada da sexualidade e, concomitantemente, em sua repressão.

 


 

CARLUS CAMPOS
Infogravura
No Limite ou Canção dos Desesperados nº2
1,50m x 70cm
2017

A obra promove uma reflexão sobre as grandes transformações pelo qual o homem vem passando.O sentimento pessimista,o isolamento e a sensação de aprisionamento permeiam a vida conduzindo o indivíduo ao limite do insuportável.A obra dialoga com momentos cruciais da existência sugerindo esse desconforto.A obra tem a pretensão de nos transportar para dentro dela sem nos oferecer certezas.

 


 

CÉLIO CELESTINO
Colagem
Magia da conciliação
Incisão em páginas de revistas/ papel 100% algodão
25 x 17,5cm (cada)
2018

Ao ressuscitar corpos de resíduos impressos sinto uma força ancestral que me impele à uma articulação, por meio da sobreposição de camadas, que condensa nostalgia e utopia. Desse modo, com a Magia da Conciliação selo o armazém da morte de materiais e arquivos específicos do passado, potencializando fragmentos da vida, comandando a oportunidade, reativando formas e questões que perpassam o imaginário coletivo. Em procedimentos precisos de incisão e gestos sutis de inversão e espelhamento, sobre páginas de revistas, surgem novas formas que rearranjadas dentro do mesmo espaço configuram novas relações discursivas.

 


 

COLETIVO APARECIDOS POLÍTICOS
Intervenção
Intervenção Contra Intervenção
2018

Inspirado num grupo antifascista alemão (Rechts gegen Rechts) a Intervenção contra Intervenção propõe uma resistência ao golpe de 2016 e ao avanço do conservadorismo através de uma sabotagem simbólica a iniciativas fascistas e censura às artes.

 


 

CRISTINA VASCONCELOS
Instalação
Projeto para um sudário
2017

O trabalho reflete um dos modos de criar narrativas acerca da história que envolveu o episódio conhecido mundialmente como “Outono Alemão” em 1977. Episódio esse que protagonizou o sequestro do avião da Luftansa, Boeing 737-200, culminando numa tragédia terrorista liderada pelo grupo alemão de extrema-esquerda Baader Meinhof. O avião conhecido como Land-shut, após o sequestro, continuou em rotas comerciais pelo mundo, terminando sua trajetória como exilado por anos numa espécie de cemitério de aviões no aeroporto Pinto Martins em Fortaleza. Projeto para um sudário mostra o fragmento de um percurso artístico de perspectiva investigativa e das inúmeras instâncias percorridas pela artista, envolvendo instituições e negociações na tentativa de mapear a história do Land-shut para construir um sudário da carcaça da aeronave.

 


 

DARWIN MARINHO
Instalação
Desculpa a paz que lhe roubei
2018

“Desculpe a paz que eu lhe roubei” é uma instalação resultante do processo de pesquisa e montagem do filme TETO. A obra surge como uma tentativa de pensar estratégias de sobrevivência para pessoas negras e LGBTT+.

 


 

DIEGO SANN
Gravura
Iniciativa de Sobrevivência “III”
Xilogravura s/ papel
58,5 x 91 cm
2017

Iniciativa de Sobrevivência é o título da série que grava na madeira com a força da técnica milenar da Xilogravura os recicladores, vistos muitas vezes como mendigos, bandidos, bêbados e drogados. Constantemente tomados como indivíduos marginais, são vistos pela grande parte da população e do Estado sob a marca da invisibilidade. E Fortaleza- CE é o espaço utilizado para refletir criticamente estas relações de direito e/ou preservação, seja da vida ou do entorno.

 


 

DIOGO BRAGA / THALES LUZ / WELLINGTON GADELHA
Instalação
Ossuário
2018

A relação que emerge nos corpos mortos em Ossuário aponta que a relevância da ideia de sensorialidade não é apenas fechada no corpo como uma capacidade interna, mas também como algo autônomo, na superfície das coisas, que podem também nos permear com uma experiência perceptiva. Assim, sensorialidades interiores e exteriores passam uma para outra na criação de significados que transbordam a individualidade.

 


 

FERNANDO JORGE
Fotografia
Lágrima
2018

No início do século, a cidade de Jaguaribara (CE) foi inundada para a construção de um açude. Nos últimos anos, por conta da maior seca a atingir o Ceará em mais de noventa anos, o nível da água do açude baixou consideravelmente, fazendo ressurgirem as ruínas da cidade antiga. Com elas, questões sobre memória, espaço, e as intempéries climáticas. Trata-se, no presente ensaio, de rastros de presença e memória, incongruências da lembrança que teima.

 


 

FLÁVIO MÁRCIO
Gravura
A Luta das Mulheres
Monotipia s/ eucatex
45 cm x 30 cm
2018

Monotipia em madeira, medindo 42 cm x 29 cm, produzida em março de 2018 em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

 


 

GERSON IPIRAJÁ
Desenho
Ferramentas Signográficas
Acrílica s/ papel
65 x 95cm
2017

A série de desenhos “Ferramentas Ancestrais ” apresenta um discurso alicerçado nos arquétipos que permeiam a cultura visual miscigenada brasileira. Com Referências Imagéticas que vão desde os Ferros simbólicos dos ritos afrobrasileiros,as marcas de ferrar animais no sertão, Armas imáginárias de culturas primitivas, Objetos Totêmicos… Apropriando-me de todo este universo para a criação plástica e gráfica, como discurso poético e pesquisa visual.

 


 

JARED DOMÍCIO
Instalação
Célula Cidade
2018

O trabalho é um exercício gráfico que busca uma justaposição entre corpo e cidade. Uma biologia urbana em uma única célula. As estacas e os adesivos fazem referência a verticalização das cidades, ao modo como as árvores são plantadas no meio urbano e até aos riscos que marcam, nas paredes, a altura das crianças.

 


 

JEFFERSON SKORUPSKI
Performance
Fardos
2017

A performance traz os tantos “Fardos” que a Sociedade Tradicional Patriarcal Brasileira designa(ou) aos LGBTs desde o seu nascimento, dentre eles: carregar seu próprio “Fardo” aos novos calvários já pré-estabelecidos pela sociedade vigente.

 


 

JOHTA
Instalação
Corpo Celeste
2018

Corpo Celeste faz parte do projeto CHIADO que tem como finalidade a realização de conteúdo audiovisual inteiramente gerado através de um celular e seus recursos gratuitos. O filme é um devaneio experimental que figura a disputa entre sagrado e profano na dominação de um espírito queer. A obra consiste na exibição do poster do filme, um QR code, um código de direcionamento virtual e dele o espectador é levado ao sítio onde o filme está em exibição. O cerne do projeto é se apropriar das novas tecnologias como ferramentas artísticas e ocupar o espaço virtual como sendo ele uma extensão do espaço cultural e expositivo.

 


 

JÚLIO LIRA
Instalação Fotográfica
Familiares
2018

A obra evoca fotografias emolduradas de familiares de diferentes épocas e situações dispostas em uma parede. As fotos são dispostas de forma não equilibrada a revelar desordens subjacentes. Em cada uma das três fotos, o rosto das pessoas é apresentado com uma armação esportiva de softball destinada a proteção de impactos violentos. A necessidade e o uso deste elmo cria um vínculo identitário entre pessoas de diferentes lugares sociais.

 


 

JÚNIOR PIMENTA
Instalação
Leve uma, talvez você precise
2018

“Leve uma, talvez você precise” é mais que uma simples construção gramatical, assim como o gesto que ela induz. Soa quase como um conselho ou também como convite… Aliás, como queira… Mas o fato é que essas pedras e a frase talhada por elas dizem muitas coisas. São metáforas do tempo que vivemos: sombrio e confuso…E disso, no mínimo ficará a pergunta: para que posso precisar de uma pedra?

 


 

LÉO SILVA
Vídeoarte
Banho de Ruínas
2018

Um banho com as ruínas dos espaços, das memórias, dos corpos, das infâncias, das águas e das imagens que restam do Centro Historico de Maracanaú.

 


 

LINDEMBERG FREITAS
Fotografia
Carnagem
60x90cm – cada
2018

Uma representação da situação atual de decadência através do olhar do “Cathartes Aura” ou Urubu, que fixa seu olhar no espectador que se aproximara da obra, como se o mesmo fosse o objeto de sua próxima refeição, entretanto o mesmo finda por ir embora em um sinal claro de rejeição a aquela massa decomposta, que devido ao tamanho da sua deterioração não o serve mais.

 


 

LUA ALENCAR
Instalação
Quando o mar
2018

O vídeo “Quando o Mar”, ambientado na antiga Praia do Peixe, se utiliza do espaço físico e imaginário da Ponte Velha para desenvolver metáforas visuais que tratam do efêmero, do perpétuo e de uma busca incessante por uma imagem que nunca se revela.

 


 

LOUISE FELIX
Fotografia
Meu corpo é uma narrativa
100cm x 140cm
2018

Carreguei, por vinte anos, um corpo pesado demais para existir, ou, até mesmo, resistir. Um corpo pesado demais para caber em aviões, transportes coletivos, cinemas e teatros. Leitos de hospital, cadeiras de plástico e carteiras estudantis. Uniformes, vestimentas e trajes de banho. Sutiãs, calcinhas, cintas e até meia calça. Hoje, 6 anos após a minha cirurgia bariátrica e com 70kg a menos, continuo carregando um corpo pesado demais para existir. Excessos de pele na barriga, vulva, braços e coxas. Deformidade nos seios, na coluna e nos joelhos. Estrias, flacidez e adiposidade. Penso no meu trabalho como forma de sobrevivência. Sobrevivência e, também, enfrentamento. Enfrentamento de si. Enfrentamento das minhas memórias, minhas vergonhas, minhas questões, meu desconforto. Enfrentamento da menina que pesava 140kg. Enfrentamento da mulher que, 70kg a menos, continua num processo contraditório de amar e odiar o seu corpo.

Enfrentamento que não é só mergulhar em si, mas falar de si. Porém, falar de si, em primeira pessoa, não é nada fácil. É preciso antes, compreender. Assimilar. Dissecar. Investigar. No encadeamento das produções que venho desenvolvendo há um ano, sobre a minha relação com o meu corpo e as minhas memórias, “Meu corpo é uma narrativa” é uma trama sensível que busca compreender, a partir de mim, questões contemporâneas que são de todos nós.

 


 

MAÍRA ORTINS
Videoarte
O silêncio da noite
2017

Firefly é um projeto resultado de dois outros projetos: DERIVA E KHORA, ambos, tratam da imigração. Todavia, Firefly avança nas questões inerentes que foram surgindo ao longo da pesquisa e alcança um nível de discursão maior: o crescente conservadorismo em todo o mundo, a violência contra as minorias econômicas, que sofrem preconceitos étnicos, de gênero. Estas questões são desenvolvidas em Firefly por meio de vídeo.

O titulo da pesquisa provém dos textos escritos por Pasolini no período de pós guerra até 1974. São textos que dissertam de forma dramática e extremamente poética sobre o advento do fascismo na Itália. Tais textos foram retomados pelo filósofo Didi-Huberman em Sobrevivência dos vaga-lumes e que retomo como ponto partida para a elaboração conceitual desta nova etapa da pesquisa. O vídeo “o silêncio da noite” fala sobre violência, capitalismo, resistência e angústia.

 


 

MÁRIO SANDERS
Desenho Digital
Não sou igual a você
2018

– Eu ñ sou igual a vc e isso ñ quer dizer que sou melhor ou pior que vc, mas quer dizer que amo você.

Essa série de desenhos retrata esse momento tão desigual, as relações inferiores ou superiores relacionadas a classe social, diferenças de raça, costumes, sexo, cor, religião. É uma proposta positiva para um encontro de amor e paz entre as pessoas num momento em que vivemos diante de tantos conflitos sociais.

 


 

MARIANA SMITH
Fotografia
Futuro em Ruínas
100 x 150cm
2017

Série de 3 fotografias 35mm, impressas em papel de fibra de arroz Hahnemühle. Dimensões 1 x 1,5 cada. As Imagens de construções em ruínas da Praia do Futuro em Fortaleza, surgem como fantasmas entre raios de uma luz que vela o filme, manchas físicas na emulsão de prata da película fissuram a paisagem. Uma aparição a partir de um acidente, um lugar deslocado no tempo.

 


 

MARINA DE BOTAS
Performance
Sinfonia para um País Triste 2
2018

“Sinfonia para um pais triste” é uma ação que se realiza em um espaço fechado onde uma mulher vestida com uma roupa de proteção, quebra violentamente, lançando sobre chão e paredes, uma grande quantidade de louças – pratos, copos e afins. Os ruidos resultam em uma sinfonia de barulhos. Depois da performance, ficam na sala os vestígios do acontecimento e um registro em video da ação, projetado na parede.

 


 

MULHER SEM ROSTO
Performance
Experimento Nº2: A queda
2017

A performance “Experimento Nº2: A queda” faz parte do projeto “A Mulher sem rosto” e pode ser resumido: como eu, mulher e artista, existo no mundo agora. Colocar o peso da existência num projeto, não me limita, mas me faz refletir como diálogo com o mundo ao meu redor e de como esse diálogo enviesado pela minha prática artística, se dar de forma relacional, as vezes agradável outras não.

 


 

 

 

NATÁLIA COEHL
Performance
Resistência
2017

Resistência é a imagem da sensação do corpo virado ao avesso. Tempo, rotina, prisão, ascensão, queda, dificuldade, sistema, política, família, cobrança… Corpo endurece, se produz e se enrijece. O caminho é áspero. Para sobreviver é preciso obedecer e resistir às pressões cotidianas. E o que é preciso para EXISTIR?

 


 

NIVARDO VICTORIANO
Performance
Para o homem “que sugava o espaço exterior com os olhos” II
2018

Para o homem que “sugava o espaço exterior com os olhos” II é uma performance onde o espectador participa cortando e degustando o bolo-capa Chega de saudade. O bolo é composto por uma imagem comestível em papel de arroz do álbum Chega de saudade, 1959, de João Gilberto; e seu recheio é formado da receita do bolo bossa nova, a base de ameixa e goiabada amassada. Essa performance degustativa é uma homenagem a obra de Caetano Veloso e aos 50 anos da tropicália.

 


 

RAQUEL AMAPOS
Fotografia
Religare
2017

Perceber-se imerso em uma sociedade de consumo é, muitas vezes, ser acometido pela depressão e ansiedade. Nos dias que correm, o corpo e a mente parecem urgir por uma reconexão. Religare. Nesse trabalho, os dípticos conectam homem e natureza, mas , aqui, a natureza modifica o homem e não vice-versa. Aqui, o homem é curado, cuidado pela mãe que lhe gerou. Aqui, a única corrida do homem é contra as suas dores, ânsias e agonias mais profundas. Religare é berma. Lugar entre a doença mental e a plenitude da alma. Religare é um processo de buscas, descobertas particulares e cura. Religare é elementar, é água. Fluidez.

 


 

RÉGIS AMORA
Fotografia
Cine Casa
80cm x 60cm cada
2017

A obra CINE CASA busca emular sensações de um tempo remoto a partir da arquitetura e condições atuais de residências que hoje abrigam dezenas de cines eróticos no centro da cidade de Fortaleza. CINE CASA investiga as configurações atuais destes territórios, procurando vestígios do que já foi, fugindo à lógica da deterioração de seus espaços e buscando mais que isso, encontrar as camadas que vão se sobrepondo às suas arquiteturas, estas agora com outra utilidade.

 


 

RODRIGO MARTINS DE ALMEIDA
Pintura
Paisagem (Pedra e Cabeça)
2017

 


 

RUY CÉZAR CAMPOS
Instalação
Carvão Para Seus Olhos Tocarem
2017

Videoinstalação performance que toca na materialidade do carvão mineral e seu fluxo de contaminação entre a mina de Cerrejón, em La Guajira, Colômbia, e uma termelétrica e siderúrgica no Ceará, Brasil. Três projeções audiovisuais que envolvem elementos de cinema contemporâneo, experimental, vídeoarte e documentário, apresentam imagens das paisagens industriais e infraestruturais nos dois países, assim como trazem depoimentos de pessoas afetadas pelo problema ambiental do carvão tanto no nordeste brasileiro quanto no caribe colombiano.

 


 

SALVIA BRAGA PINHEIRO
Instalação
Replantio
2018

(Re)Plantar na Casa é um convite a habitá-la, à permanência, ao cuidado, a estar no presente e no desejo de um futuro de encontro com a arte e seus fazeres, de libertação de um passado de opressão, ruínas e fantasmas de forma a ocupá-la com fazeres outros, de legitimar o lugar como nosso, da cidade, da Vila da Artes e de todos que vivem de inventar poeticamente n/essa cidade. Os cactos falam de resistência, força, beleza e proteção através dos espinhos. A obra consiste no replantio de
instalações realizadas em 2014 dentro da Exposição Materialidades/ Ativações/ Deslocamentos, a Espiral de Ervas de Lavação, de Salvia Braga e Mandacarus, de Euzebio Zloccowick, as duas resistiram por dois anos na Casa do Barão de Camocim até a remoção em 2016.

 


 

SAMUEL TOMÉ
Instalação
Livre Circulação
2017

Livre Circulação: Através de uma pesquisa sobre bandeiras, quantifico as formas e os elementos usados com mais frequência nos pendões estaduais, federais e nacionais, extraindo suas partes. A partir desse dado, transformei essas porções em desenhos, que serviram de matrizes para criação dos carimbos. O gesto de carimbar remete às autorizações, permissões e certificações que permeiam o cotidiano, compreendendo esse sistema burocratizado como uma estrutura ineficiente, inoperante, morosa na solução de questões e indiferente às necessidades das pessoas.

 


 

SHERYDA LOPES
Colagem
Cartas aos 31
2017

Cartas aos 31 é uma celebração da vida e das memórias, na contramão da famosa crise dos 30. Um olhar sobre si, e a relação com a cidade. 31 lugares de Fortaleza receberão cartas em forma de lambe numa performance que é uma ação de amor consigo mesma. Uma preparação para chegar aos 32 anos e seguir.

 


 

SÍLVIO RABELO
Colagem
S/ título
49 cm x 61 cm
2018

Marchetaria em madeira, medindo 48 cm x 61 cm, com rática e capeado. Para essa obra foi reaproveitada a madeira de uma janela.

 


 

SIMONE BARRETO
Instalação
O que a vida pede da gente
3m²
2017

O que a vida pede da gente é uma instalação composta por um fotolivro costurado e encadernado a mão, com imagens que constroem a narrativa de uma viagem que percorri cidades que fizeram parte do Ciclo do Algodão no Ceará. Também compõe a instalação uma coleção de áudios de relatos de mulheres que trabalharam colhendo algodão e que trabalharam nas usinas de beneficiamento nessas cidades e que fui conhecendo no percurso da Estrada do Algodão.

 


 

SOCORRO SILVEIRA
Gravura
Queimadas
100 x 70 cm
2017

A obra tem por finalidade demonstrar um dos grandes flagelos da seca que é muito comum e devastador em nossa região, ou seja, as queimadas que assolam nosso bioma. Busca-se sensibilizar e conscientizar as pessoas acerca dessa questão de grande impacto socioambiental. A tela possui o tamanho de 100 cm x 100 cm, impressão em Fine Art.

 


 

THIAGO SGUOTI DA COSTA
Fotografia
Sereia-me
2017

Baseado no conto de Hans Christian Andersen, a obra nos remete a uma simbólica tomada de consciência de uma situação em que o individuo passa por mudanças drásticas de auto-imagem para saciar uma vontade impulsiva. O trabalho discute manifestações específicas do distúrbio de personalidade Borderline, através de uma releitura poética das lendas desse ser místico: a sereia.

 


 

WALÉRIA AMÉRICO
Instalação
Koro
2017

“Koro é um trabalho de som e vídeo proposto pela Waléria para o qual ela colaborou com a artista Lashita Situmorang e a organização sem fins lucrativos Samsara, baseada em Yogyakarta. Em um esforço para atravessar o território de todos e refletir coletivamente no mundo, o trabalho coleciona vozes, falas, sentimentos sobre as experiências afetivas, amorosas e sexuais de pessoas anônimas, transformadas pela artista em uma polifonia de vozes, uma amplificação a ser lançada publicamente. A imagem principal como o corpo da artista que carrega uma bandeira, caminhando ao longo da duração das histórias, é um ato de ouvir que tenta alcançar o próprio processo de cura, uma maneira de reduzir as fronteiras – entre os seres da mesma espécie estendida à crença sobre fronteiras entre países. O trabalho deseja quebrar o silêncio para curar e transformar os traumas em harmonia, o ato de deixá-lo sair, curar de dentro para fora. O corpo pode ser um objeto de transmissão? Como montar um espaço de vozes e propagá-los como uma antena, de longe?” (Adelina Luft – Curadora – Indonesia)

 


 

WEAVER LIMA
Instalação
Rastro
2018

RASTRO é um projeto no qual o artista Weaver percorre cidades realizando intervenções artísticas em antigas casas de arquitetura vernacular. A ação promove uma vivência entre o artista e os moradores locais transformando o espaço da frente de uma casa num atelier aberto. O ponto central não é o artista ou a pintura, mas a interação sociocultural que se estabelece entre os personagens. A ação, portanto, vai além do conceito de arte urbana, se integrando à cultura popular, propondo o diálogo e a preservação da memória.